Dr. Vinicius Henrique Quintiliano Zangarini

A coriorretinopatia serosa central (CSC) é uma condição oftalmológica caracterizada pelo acúmulo de líquido abaixo da retina, causando visão borrada ou distorcida (metamorfopsia). É uma das doenças do espectro de paquicoroide, caracterizado por dilatação e aumento da permeabilidade dos vasos da coroide

Quem é o médico que cuida da Central Serosa?

O médico especialista em cuidados com a Coriorretinopatia Central Serosa é o médico oftalmologista. O oftalmologista tem uma formação extensa, incluindo a graduação em medicina, seguida por residência em oftalmologia e, muitas vezes, subespecialização em áreas específicas da oftalmologia.

Quem é o Dr. Vinicius?

O Dr. Vinicius Zangarini é médico oftalmologista pela Santa Casa de São Paulo (SP) e especialista em Retina e Vítreo pela mesma casa. Possui título de especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e de sub-especialista em Retina e Vítreo pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV). Possui ampla experiência para poder atender e tirar qualquer dúvida oftalmológica que você apresente.

Epidemiologia da Serosa central:

  • Prevalência: A CSC é mais comum em homens do que em mulheres, com uma razão de aproximadamente 6:1. Geralmente unilateral ou assimétrico. Casos em mulheres é mais incomum, com idade maior que 50 anos, caráter bilateral e propensão a membrana neovascular secundária a doença.
  • Idade: Geralmente afeta adultos entre 30 e 50 anos.
  • Geografia: A CSC é observada globalmente, mas alguns estudos sugerem uma prevalência ligeiramente maior em certas populações, como asiáticos e hispânicos.
serosa central

Fisiopatologia:

  • Mecanismo: O líquido se acumula sob a retina devido a uma falha no epitélio pigmentar da retina (EPR) em bombear o líquido de volta para a coroide. Esse acúmulo é geralmente causado por vazamento da coroide. A ativação de receptor de mineralocorticoide, resposta inflamatória exacerbada, congestão das veias vorticosas, desregulação da via do complemento e estresse oxidativo também tem relevância no desenvolvimento da doença.
  • Papel do Cortisol: Níveis elevados de cortisol ou uso de corticosteroides podem estar associados a alterações na permeabilidade vascular da coroide, contribuindo para o desenvolvimento da CSC.

Fatores de Risco:

  • Estresse: Altos níveis de estresse psicológico são frequentemente associados à CSC. Pacientes personalidade tipo A, uso de antipsicóticos e depressão também podem ter relação na origem da doença.
  • Corticosteroides: Uso de corticosteroides sistêmicos ou tópicos pode aumentar o risco. Tanto a corticoterapia como cortisol endógeno como gestação ou Síndrome de Cushing.
  • Personalidade: Pessoas com personalidade tipo A (competitivas, impacientes, agressivas) podem ter maior risco.
  • Distúrbios do Sono: Problemas de sono também são considerados fatores de risco, especialmente a apnéia do sono.
  • Outros: Álcool, tabaco e alergia.

Sintomas:

  • Visão Borrada: A visão central pode ser afetada, resultando em borrão ou distorção.
  • Metamorfopsia: Imagens podem aparecer distorcidas.
  • Escotoma Central: Pode haver uma área de visão reduzida ou ausência de visão central.
  • Micropsia: Os objetos podem parecer menores do que realmente são.

Prevenção:

  • Redução do Estresse: Técnicas de manejo do estresse, como meditação e exercícios, podem ajudar.
  • Cautela com Corticosteroides: Evitar o uso prolongado de corticosteroides sem necessidade médica.

Exames complementares:

  • Tomografia de Coerência Óptica (OCT): O OCT é um exame não invasivo que utiliza luz para obter imagens detalhadas das camadas da retina. Ele é útil para detectar e monitorar o acúmulo de líquido subretiniano, a espessura da retina e outras alterações estruturais.
  • Angiografia com Fluoresceína (AF): A AF envolve a injeção de um corante fluorescente na corrente sanguínea e a captura de imagens da retina conforme o corante circula. Este exame ajuda a identificar vazamentos de fluido nos vasos sanguíneos da retina.
  • Angiografia com Verde de Indocianina (ICG): Semelhante à AF, a ICG utiliza um corante diferente que é particularmente útil para visualizar a coróide, a camada de vasos sanguíneos sob a retina. Este exame pode revelar detalhes que não são visíveis com a AF, especialmente em áreas de hiperpigmentação ou lesões subretinianas.
  • Fotografia de Fundo de Olho: Este exame consiste em tirar fotos detalhadas da parte interna do olho (fundo de olho). Embora menos específico, pode ajudar a documentar mudanças na retina ao longo do tempo.
  • Autofluorescência: Este exame usa a fluorescência natural dos tecidos retinianos para avaliar alterações na retina e no epitélio pigmentar da retina (EPR).

Tratamento:

  • Observação: Em muitos casos, a CSC resolve-se espontaneamente em poucos meses (geralmente 3 meses) sem necessidade de tratamento.
  • Terapia Fotodinâmica (PDT): Utiliza luz e um agente fotossensibilizador (verteporfina) para selar os vazamentos (mecanismo de oclusãoo vascular)
  • Laser de Argônio: Pode ser usado para tratar vazamentos fora da mácula.
  • Antagonistas de Receptores de Mineralocorticoides: Medicamentos como espironolactona têm sido usados experimentalmente. Não há comprovação do benefício desses medicamentos até o momento.

Prognóstico:

  • Geralmente bom: A maioria dos pacientes recupera a visão quase normal dentro de alguns meses.
  • Recorrência: Há risco de recorrência, com alguns pacientes experimentando episódios múltiplos.
  • Complicações: Casos crônicos podem levar a danos permanentes na retina e perda de visão central.

A coriorretinopatia serosa central, embora muitas vezes autolimitada, pode impactar significativamente a qualidade de vida, e um manejo adequado dos fatores de risco e intervenções apropriadas são essenciais para otimizar os resultados visuais.

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