Dr. Vinicius Henrique Quintiliano Zangarini

Como a doença se apresenta nos olhos? Quem pode ser afetado?

A retinopatia diabética é uma complicação do diabetes que afeta os olhos. O diabetes pode danificar os vasos sanguíneos da retina, a parte do olho que detecta a luz e envia sinais ao cérebro, resultando em problemas de visão.

Estudos afirmam uma expectativa de 642 milhões de pessoas com Diabetes no mundo. Destes um terço terá retinopatia diabética e nos que desenvolverão a doença, 33% (1/3) terão doença com risco a acuidade visual.

retinopatia diabetica

Quem é o médico que cuida da Retinopatia Diabética?

O médico especialista em cuidados com a Retinopatia Diabética é o médico oftalmologista, de preferência especialista em Retina. O oftalmologista tem uma formação extensa, incluindo a graduação em medicina, seguida por residência em oftalmologia e, muitas vezes, subespecialização em áreas específicas da oftalmologia.

O Dr. Vinicius Zangarini é médico oftalmologista pela Santa Casa de São Paulo (SP) e especialista em Retina e Vítreo pela mesma casa. Possui título de especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e de sub-especialista em Retina e Vítreo pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV). Possui ampla experiência para poder atender e tirar qualquer dúvida oftalmológica que você apresente.

Fatores de risco: Como eu posso desenvolver diabetes no olho?

Principais fatores de risco são: tempo de doença e controle glicêmico. Pacientes portadores de diabetes mellitus do tipo 1 apresentam risco de desenvolver retinopatia em 15 anos de diabetes de aproximadamente de 90%. O rastreio desses pacientes inicia entre 3 a 5 anos do diagnóstico da diabetes.

Paciente portadores da Diabetes tipo 2 (mais comum) em 5 anos de diagnóstico da Diabetes tem risco de desenvolver retinopatia em 40%. Em 15 anos de doença esse risco aumenta consideravelmente para 84%. O rastreio deve iniciar no momento do diagnóstico do diabetes tipo 2.

Outros fatores como controle glicêmico mostram que o rigoroso controle da glicemia reduz a incidência, a velocidade de progressão da doença e também a necessidade de tratamento com laser.

Outros fatores de risco são: Hipertensão arterial, Nefropatia, Anemia, Gestação, Genética e Dislipidemia.

Existem duas formas principais de retinopatia diabética:

Retinopatia Diabética Não Proliferativa (RDNP): Nos estágios iniciais, os vasos sanguíneos da retina podem enfraquecer, causando vazamentos de sangue ou fluido. Isso pode levar ao inchaço da retina e à formação de exsudatos (depósitos de gordura). Muitas vezes, não há sintomas perceptíveis nessa fase.

Retinopatia Diabética Proliferativa (RDP): Nos estágios mais avançados, novos vasos sanguíneos anormais podem crescer na superfície da retina. Esses vasos são frágeis e podem sangrar, causando hemorragias e cicatrizes que podem levar ao descolamento da retina. Isso pode resultar em perda significativa de visão ou até cegueira.

Sintomas:

Os sintomas da retinopatia diabética podem incluir:

  • Visão borrada ou distorcida
  • Manchas escuras ou buracos na visão
  • Perda de visão central ou periférica
  • Dificuldade para enxergar cores

Diagnóstico:

  • O diagnóstico é feito através de um exame oftalmológico, que pode incluir:
  • Exame de fundo de olho: para visualizar a retina e os vasos sanguíneos.
  • Retinografia: para foto documentação
  • Angiografia fluoresceínica: para detectar vazamentos nos vasos sanguíneos.
  • Tomografia de coerência óptica (OCT): para obter imagens detalhadas das camadas da retina.

Tratamento:

O tratamento visa controlar o diabetes e prevenir a progressão da retinopatia. As opções incluem:

  • Controle rigoroso dos níveis de açúcar no sangue, pressão arterial e colesterol.
  • Laserterapia: para selar vasos sanguíneos com vazamentos.
  • Injeções intraoculares de medicamentos (corticóides ou anti-fator de crescimento do endotélio vascular): para reduzir o inchaço na retina e o crescimento de novos vasos sanguíneos.
  • Cirurgia vitreorretiniana (Vitrectomia via pars plana): para remover sangue ou tecido cicatricial da retina.

Prevenção:

Para prevenir a retinopatia diabética, é importante:

  • Manter um controle rigoroso do diabetes.
  • Realizar exames oftalmológicos regulares.
  • Adotar um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e exercícios físicos.

Se você tem diabetes, é essencial monitorar sua saúde ocular regularmente e seguir as recomendações médicas para manter sua visão saudável.

Injeções intra-vítreas: O que são e como podem ajudar no tratamento

Os anti-fator de crescimento endotelial vascular são medicamentos utilizados no tratamento da retinopatia diabética para reduzir o crescimento de vasos sanguíneos anormais e diminuir o inchaço na retina.

Administração e Efeitos Colaterais:

Os anti-fator de crescimento do endotélio vascular são administrados por injeções intraoculares, que são realizadas por um oftalmologista. As injeções geralmente são feitas a cada quatro a seis semanas, dependendo da resposta do paciente ao tratamento.

Efeitos colaterais comuns podem incluir:

  • Desconforto ocular
  • Sangramento leve na parte branca do olho (hemorragia subconjuntival)
  • Aumento temporário da pressão ocular

Considerações:

É importante discutir com o oftalmologista sobre o tratamento com anti-fator de crescimento do endotélio vascular, considerando os benefícios e possíveis riscos. O acompanhamento regular e o controle adequado do diabetes são fundamentais para maximizar a eficácia do tratamento e manter a saúde ocular.

Tratamento com laser:

A laserterapia é um dos tratamentos utilizados para a retinopatia diabética. Ela envolve o uso de um laser para selar ou destruir vasos sanguíneos anormais na retina, ajudando a prevenir vazamentos e a reduzir o inchaço. Existem dois tipos principais de laserterapia usados no tratamento da retinopatia diabética:

Fotocoagulação Focal:

Este tipo de laserterapia é utilizado principalmente para tratar o edema macular diabético (EMD), uma condição em que o fluido vaza para a mácula (a parte da retina responsável pela visão central detalhada), causando inchaço e visão borrada.

  • Procedimento: O oftalmologista aplica pequenos feixes de laser em áreas específicas da retina onde há vazamentos dos vasos sanguíneos.
  • Objetivo: Selar os vasos sanguíneos que estão vazando e reduzir o inchaço na mácula.
  • Eficácia: Pode ajudar a estabilizar a visão e prevenir a piora do edema macular, embora nem sempre melhore a visão de forma significativa.

Panfotocoagulação retiniana:

Este tipo de laserterapia é utilizado para tratar a retinopatia diabética proliferativa (RDP), onde novos vasos sanguíneos anormais crescem na retina.

  • Procedimento: O oftalmologista aplica feixes de laser em toda a retina periférica, poupando a área central da visão.
  • Objetivo: Reduzir a oxigenação anômala da retina, o que diminui o estímulo para o crescimento de novos vasos sanguíneos anormais.
  • Eficácia: É eficaz em reduzir o risco de hemorragias vítreas e descolamento da retina, ajudando a preservar a visão a longo prazo.

Efeitos colaterais:

Embora a laserterapia seja geralmente segura, alguns efeitos colaterais podem ocorrer, incluindo:

  • Visão noturna reduzida
  • Perda de visão periférica
  • Pequenas manchas escuras no campo visual
  • Desconforto ocular temporário após o procedimento

Benefícios:

  • Prevenção da Progressão: A laserterapia é eficaz em prevenir a progressão da retinopatia diabética, especialmente em estágios avançados.
  • Estabilização da Visão: Embora possa não melhorar a visão significativamente, ajuda a estabilizá-la e a prevenir a perda de visão grave.

A decisão de realizar a laserterapia deve ser tomada em conjunto com o oftalmologista, que avaliará a condição específica do paciente e determinará o melhor curso de tratamento.

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