Dr. Vinicius Henrique Quintiliano Zangarini

A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma condição ocular que afeta a mácula, a parte central da retina responsável pela visão central e detalhada.

É a principal causa de perda de visão em pessoas com mais de 50 anos nos Estados Unidos. A DMRI pode ser classificada em dois tipos principais: seca (atrófica) e úmida (exsudativa).

Quem é o médico que cuida da DMRI?

O médico especialista em cuidados com a DMRI é o médico oftalmologista, de preferência especialista em Retina. O oftalmologista tem uma formação extensa, incluindo a graduação em medicina, seguida por residência em oftalmologia e, muitas vezes, subespecialização em áreas específicas da oftalmologia.

Quem é o Dr. Vinicius?

O Dr. Vinicius Zangarini é médico oftalmologista pela Santa Casa de São Paulo (SP) e especialista em Retina e Vítreo pela mesma casa. Possui título de especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e de sub-especialista em Retina e Vítreo pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV). Possui ampla experiência para poder atender e tirar qualquer dúvida oftalmológica que você apresente.

O que é Mácula?

A mácula é uma pequena área da retina no olho, responsável pela visão central detalhada. Localiza-se próxima ao centro da retina e é crucial para atividades que exigem alta acuidade visual, como leitura, escrita e reconhecimento de rostos.

DMRI: Duas formas. Quais são elas?

DMRI não neovascular (antiga “seca”):

  • A forma mais comum, representando cerca de 80-90% dos casos.
  • Caracterizada pelo afinamento da mácula e acúmulo de depósitos amarelos chamados drusas.
  • Evolui lentamente e pode levar a uma perda gradual da visão central.

DMRI neovascular:

  • Menos comum, mas mais grave.
  • Caracterizada pelo crescimento anormal de vasos sanguíneos sob a retina, que podem vazar fluidos ou sangue, causando cicatrizes na mácula.
  • Pode levar a uma perda rápida e severa da visão central.

Tratamentos Disponíveis:

Para DMRI não neovascular:

  • Suplementos Nutricionais: Estudos, como o AREDS (Age-Related Eye Disease Study), mostraram que uma combinação específica de vitaminas e minerais pode reduzir a progressão da DMRI em estágios intermediários.
  • Adaptação Visual: Uso de lentes de aumento, iluminação adequada e outros dispositivos de auxílio visual podem ajudar a melhorar a qualidade de vida.

Para DMRI neovascular:

  • Injeções Intravítreas: Medicamentos anti-VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) são injetados no olho para bloquear o crescimento de vasos sanguíneos anormais.
  • Terapia Fotodinâmica: Um medicamento sensível à luz é injetado na corrente sanguínea e ativado com laser na área afetada, destruindo os vasos sanguíneos anormais.
  • Laser Térmico: Um feixe de laser é usado para selar vasos sanguíneos que estão vazando.

Prevenção e Monitoramento:

  • Estilo de Vida Saudável: Dieta rica em frutas, vegetais, peixes e ácidos graxos ômega-3 pode ser benéfica. Cessar o tabagismo e controlar condições como hipertensão e colesterol alto também são importantes.
  • Exames Regulares: Consultas periódicas com um oftalmologista podem ajudar na detecção precoce e no monitoramento da progressão da DMRI.

Importante sempre consultar com o seu oftalmologista para diagnóstico e tratamento. Agende sua consulta para tirar dúvidas sobre.

Atrofia geográfica: O que é? Quais são os achados clínicos? Existe tratamento?

A atrofia geográfica é uma forma avançada da degeneração macular relacionada à idade (DMRI) seca. É caracterizada pela morte gradual das células da retina, incluindo os fotorreceptores, o epitélio pigmentar da retina (EPR) e a coriocapilar, a camada de vasos sanguíneos abaixo da retina. Isso resulta em áreas bem definidas de perda de visão na mácula, a parte central da retina responsável pela visão central e detalhada.

Características da Atrofia Geográfica:

  • Progressão Lenta: A atrofia geográfica geralmente progride lentamente ao longo de muitos anos.
  • Perda de Visão Central: A perda de visão ocorre na parte central do campo visual, afetando atividades como leitura, reconhecimento de rostos e condução.
  • Manchas Visuais: Pacientes podem perceber manchas escuras ou áreas borradas em seu campo visual, que aumentam gradualmente de tamanho.

Causas e Fatores de Risco:

  • Idade: O risco aumenta significativamente com a idade, especialmente após os 60 anos.
  • Genética: Histórico familiar de DMRI aumenta o risco.
  • Estilo de Vida: Fatores como tabagismo, dieta pobre em nutrientes e exposição excessiva ao sol podem contribuir para o desenvolvimento da condição.

Diagnóstico:

  • Exame de Fundo de Olho: Avaliação da retina com oftalmoscopia.
  • Tomografia de Coerência Óptica (OCT): Imagens detalhadas das camadas da retina para avaliar a extensão da atrofia.
  • Fotografia de Fundo de Olho: Imagens para documentar a progressão da atrofia.

Tratamentos e Manejo:

Atualmente, não há cura para a atrofia geográfica, mas existem abordagens para manejar a condição e melhorar a qualidade de vida:

  • Suplementos Nutricionais: Suplementos baseados na fórmula AREDS2 podem ajudar a retardar a progressão da DMRI seca.
  • Auxílios Visuais: Dispositivos como lupas, leitores de tela e óculos especializados podem ajudar pacientes a lidar com a perda de visão.
  • Reabilitação Visual: Programas de reabilitação visual podem ensinar estratégias para maximizar o uso da visão residual e adaptar-se às mudanças visuais.
  • Monitoramento Regular: Exames oftalmológicos regulares são essenciais para monitorar a progressão da condição e ajustar o tratamento conforme necessário.

Pesquisas e Futuro:

Pesquisas estão em andamento para desenvolver terapias que possam retardar a progressão da atrofia geográfica ou restaurar a função retiniana. Algumas abordagens em estudo incluem:

  • Terapias Gênicas: Visam corrigir mutações genéticas que contribuem para a DMRI.
  • Terapias Celulares: Incluem transplantes de células tronco para substituir células danificadas da retina.
  • Fármacos Experimentais: Novos medicamentos que visam diferentes aspectos do metabolismo retiniano e inflamação estão sendo testados em ensaios clínicos.

A atrofia geográfica é uma condição desafiadora, mas avanços na pesquisa e no manejo da DMRI oferecem esperança para melhores tratamentos e uma melhor qualidade de vida para os pacientes.

AREDS2: O que foi o estudo?

O estudo AREDS2 (Age-Related Eye Disease Study 2) foi uma pesquisa clínica conduzida pelo National Eye Institute (NEI) dos Estados Unidos, que teve como objetivo avaliar o efeito de certos suplementos nutricionais na progressão da degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e da catarata.

O estudo AREDS original, concluído em 2001, demonstrou que uma combinação de antioxidantes (vitaminas C e E, beta-caroteno) e minerais (zinco e cobre) poderia reduzir o risco de progressão da DMRI intermediária para avançada em cerca de 25%.

Objetivos do AREDS2:

  • Avaliar Novos Suplementos: O AREDS2 visou aprimorar a fórmula original ao testar a adição de luteína, zeaxantina e ácidos graxos ômega-3 (DHA e EPA) à formulação do AREDS.
  • Reduzir Riscos: Avaliar a substituição do beta-caroteno por luteína e zeaxantina devido a preocupações de que o beta-caroteno poderia aumentar o risco de câncer de pulmão em fumantes ou ex-fumantes.
  • Revisar Doses: Examinar os efeitos de diferentes doses de zinco para determinar se doses mais baixas seriam igualmente eficazes com menos efeitos colaterais.

Resultados do AREDS2:

  • Luteína e Zeaxantina: A adição de luteína e zeaxantina foi benéfica, especialmente em participantes com baixa ingestão dietética desses nutrientes, reduzindo o risco de progressão da DMRI.
  • Ômega-3: Os ácidos graxos ômega-3 não demonstraram um benefício adicional significativo na progressão da DMRI.
  • Beta-caroteno: A substituição do beta-caroteno por luteína e zeaxantina foi eficaz e evitou o risco aumentado de câncer de pulmão associado ao beta-caroteno em fumantes.
  • Zinco: Não houve diferença significativa entre as doses altas e baixas de zinco na prevenção da progressão da DMRI.

Formulação Final Recomendada:

  • Vitamina C (500 mg)
  • Vitamina E (400 UI)
  • Luteína (10 mg)
  • Zeaxantina (2 mg)
  • Zinco (80 mg) na forma de óxido de zinco
  • Cobre (2 mg) na forma de óxido cúprico

O AREDS2 concluiu que a nova formulação é mais segura e eficaz, especialmente para aqueles com risco elevado de progressão da DMRI, contribuindo para práticas clínicas atuais no manejo dessa condição.

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