A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma condição ocular que afeta a mácula, a parte central da retina responsável pela visão central e detalhada.
É a principal causa de perda de visão em pessoas com mais de 50 anos nos Estados Unidos. A DMRI pode ser classificada em dois tipos principais: seca (atrófica) e úmida (exsudativa).
Quem é o médico que cuida da DMRI?
O médico especialista em cuidados com a DMRI é o médico oftalmologista, de preferência especialista em Retina. O oftalmologista tem uma formação extensa, incluindo a graduação em medicina, seguida por residência em oftalmologia e, muitas vezes, subespecialização em áreas específicas da oftalmologia.
Quem é o Dr. Vinicius?
O Dr. Vinicius Zangarini é médico oftalmologista pela Santa Casa de São Paulo (SP) e especialista em Retina e Vítreo pela mesma casa. Possui título de especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e de sub-especialista em Retina e Vítreo pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV). Possui ampla experiência para poder atender e tirar qualquer dúvida oftalmológica que você apresente.
O que é Mácula?
A mácula é uma pequena área da retina no olho, responsável pela visão central detalhada. Localiza-se próxima ao centro da retina e é crucial para atividades que exigem alta acuidade visual, como leitura, escrita e reconhecimento de rostos.
DMRI: Duas formas. Quais são elas?
DMRI não neovascular (antiga “seca”):
- A forma mais comum, representando cerca de 80-90% dos casos.
- Caracterizada pelo afinamento da mácula e acúmulo de depósitos amarelos chamados drusas.
- Evolui lentamente e pode levar a uma perda gradual da visão central.
DMRI neovascular:
- Menos comum, mas mais grave.
- Caracterizada pelo crescimento anormal de vasos sanguíneos sob a retina, que podem vazar fluidos ou sangue, causando cicatrizes na mácula.
- Pode levar a uma perda rápida e severa da visão central.
Tratamentos Disponíveis:
Para DMRI não neovascular:
- Suplementos Nutricionais: Estudos, como o AREDS (Age-Related Eye Disease Study), mostraram que uma combinação específica de vitaminas e minerais pode reduzir a progressão da DMRI em estágios intermediários.
- Adaptação Visual: Uso de lentes de aumento, iluminação adequada e outros dispositivos de auxílio visual podem ajudar a melhorar a qualidade de vida.
Para DMRI neovascular:
- Injeções Intravítreas: Medicamentos anti-VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) são injetados no olho para bloquear o crescimento de vasos sanguíneos anormais.
- Terapia Fotodinâmica: Um medicamento sensível à luz é injetado na corrente sanguínea e ativado com laser na área afetada, destruindo os vasos sanguíneos anormais.
- Laser Térmico: Um feixe de laser é usado para selar vasos sanguíneos que estão vazando.
Prevenção e Monitoramento:
- Estilo de Vida Saudável: Dieta rica em frutas, vegetais, peixes e ácidos graxos ômega-3 pode ser benéfica. Cessar o tabagismo e controlar condições como hipertensão e colesterol alto também são importantes.
- Exames Regulares: Consultas periódicas com um oftalmologista podem ajudar na detecção precoce e no monitoramento da progressão da DMRI.
Importante sempre consultar com o seu oftalmologista para diagnóstico e tratamento. Agende sua consulta para tirar dúvidas sobre.
Atrofia geográfica: O que é? Quais são os achados clínicos? Existe tratamento?
A atrofia geográfica é uma forma avançada da degeneração macular relacionada à idade (DMRI) seca. É caracterizada pela morte gradual das células da retina, incluindo os fotorreceptores, o epitélio pigmentar da retina (EPR) e a coriocapilar, a camada de vasos sanguíneos abaixo da retina. Isso resulta em áreas bem definidas de perda de visão na mácula, a parte central da retina responsável pela visão central e detalhada.
Características da Atrofia Geográfica:
- Progressão Lenta: A atrofia geográfica geralmente progride lentamente ao longo de muitos anos.
- Perda de Visão Central: A perda de visão ocorre na parte central do campo visual, afetando atividades como leitura, reconhecimento de rostos e condução.
- Manchas Visuais: Pacientes podem perceber manchas escuras ou áreas borradas em seu campo visual, que aumentam gradualmente de tamanho.
Causas e Fatores de Risco:
- Idade: O risco aumenta significativamente com a idade, especialmente após os 60 anos.
- Genética: Histórico familiar de DMRI aumenta o risco.
- Estilo de Vida: Fatores como tabagismo, dieta pobre em nutrientes e exposição excessiva ao sol podem contribuir para o desenvolvimento da condição.
Diagnóstico:
- Exame de Fundo de Olho: Avaliação da retina com oftalmoscopia.
- Tomografia de Coerência Óptica (OCT): Imagens detalhadas das camadas da retina para avaliar a extensão da atrofia.
- Fotografia de Fundo de Olho: Imagens para documentar a progressão da atrofia.
Tratamentos e Manejo:
Atualmente, não há cura para a atrofia geográfica, mas existem abordagens para manejar a condição e melhorar a qualidade de vida:
- Suplementos Nutricionais: Suplementos baseados na fórmula AREDS2 podem ajudar a retardar a progressão da DMRI seca.
- Auxílios Visuais: Dispositivos como lupas, leitores de tela e óculos especializados podem ajudar pacientes a lidar com a perda de visão.
- Reabilitação Visual: Programas de reabilitação visual podem ensinar estratégias para maximizar o uso da visão residual e adaptar-se às mudanças visuais.
- Monitoramento Regular: Exames oftalmológicos regulares são essenciais para monitorar a progressão da condição e ajustar o tratamento conforme necessário.
Pesquisas e Futuro:
Pesquisas estão em andamento para desenvolver terapias que possam retardar a progressão da atrofia geográfica ou restaurar a função retiniana. Algumas abordagens em estudo incluem:
- Terapias Gênicas: Visam corrigir mutações genéticas que contribuem para a DMRI.
- Terapias Celulares: Incluem transplantes de células tronco para substituir células danificadas da retina.
- Fármacos Experimentais: Novos medicamentos que visam diferentes aspectos do metabolismo retiniano e inflamação estão sendo testados em ensaios clínicos.
A atrofia geográfica é uma condição desafiadora, mas avanços na pesquisa e no manejo da DMRI oferecem esperança para melhores tratamentos e uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
AREDS2: O que foi o estudo?
O estudo AREDS2 (Age-Related Eye Disease Study 2) foi uma pesquisa clínica conduzida pelo National Eye Institute (NEI) dos Estados Unidos, que teve como objetivo avaliar o efeito de certos suplementos nutricionais na progressão da degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e da catarata.
O estudo AREDS original, concluído em 2001, demonstrou que uma combinação de antioxidantes (vitaminas C e E, beta-caroteno) e minerais (zinco e cobre) poderia reduzir o risco de progressão da DMRI intermediária para avançada em cerca de 25%.
Objetivos do AREDS2:
- Avaliar Novos Suplementos: O AREDS2 visou aprimorar a fórmula original ao testar a adição de luteína, zeaxantina e ácidos graxos ômega-3 (DHA e EPA) à formulação do AREDS.
- Reduzir Riscos: Avaliar a substituição do beta-caroteno por luteína e zeaxantina devido a preocupações de que o beta-caroteno poderia aumentar o risco de câncer de pulmão em fumantes ou ex-fumantes.
- Revisar Doses: Examinar os efeitos de diferentes doses de zinco para determinar se doses mais baixas seriam igualmente eficazes com menos efeitos colaterais.
Resultados do AREDS2:
- Luteína e Zeaxantina: A adição de luteína e zeaxantina foi benéfica, especialmente em participantes com baixa ingestão dietética desses nutrientes, reduzindo o risco de progressão da DMRI.
- Ômega-3: Os ácidos graxos ômega-3 não demonstraram um benefício adicional significativo na progressão da DMRI.
- Beta-caroteno: A substituição do beta-caroteno por luteína e zeaxantina foi eficaz e evitou o risco aumentado de câncer de pulmão associado ao beta-caroteno em fumantes.
- Zinco: Não houve diferença significativa entre as doses altas e baixas de zinco na prevenção da progressão da DMRI.
Formulação Final Recomendada:
- Vitamina C (500 mg)
- Vitamina E (400 UI)
- Luteína (10 mg)
- Zeaxantina (2 mg)
- Zinco (80 mg) na forma de óxido de zinco
- Cobre (2 mg) na forma de óxido cúprico
O AREDS2 concluiu que a nova formulação é mais segura e eficaz, especialmente para aqueles com risco elevado de progressão da DMRI, contribuindo para práticas clínicas atuais no manejo dessa condição.