Dr. Vinicius Henrique Quintiliano Zangarini

A alta miopia, ou miopia patológica, é uma condição ocular em que a pessoa possui uma refração muito elevada, geralmente acima de -6,00 dioptrias ou comprimento axial do olho maior que 26,5mm.

Esta condição aumenta significativamente o risco de várias complicações oculares, incluindo o descolamento de retina (em pessoas com grau maior que -6,00DE, o risco aumenta em 20 vezes).

O descolamento de retina é uma emergência oftalmológica onde a retina se separa da camada subjacente de tecido de suporte, levando a potencial perda de visão.

Quem é o médico que cuida da Alta miopia?

O médico especialista em cuidados com a Alta miopia é o médico oftalmologista. O oftalmologista tem uma formação extensa, incluindo a graduação em medicina, seguida por residência em oftalmologia e, muitas vezes, sub-especialização em áreas específicas da oftalmologia.

O Dr. Vinicius Zangarini é médico oftalmologista pela Santa Casa de São Paulo (SP) e especialista em Retina e Vítreo pela mesma casa. Possui título de especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e de sub-especialista em Retina e Vítreo pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV). Possui ampla experiência para poder atender e tirar qualquer dúvida oftalmológica que você apresente.

Características da alta miopia:

Miopia severa: Refração acima de -6,00 dioptrias esféricas.

Alongamento do globo ocular: O globo ocular é mais alongado do que o normal, o que causa a miopia e pode levar a outras complicações. Comprimento axial do olho maior que 26,5mm

Complicações associadas:

Degeneração miópica:

A degeneração miópica, também conhecida como degeneração macular miópica ou maculopatia miópica, é uma complicação grave da alta miopia (miopia patológica). Essa condição ocorre quando o alongamento excessivo do globo ocular leva a alterações degenerativas na retina, especialmente na mácula, a área central responsável pela visão detalhada.

Causas da degeneração miópica:

Alongamento axial do globo ocular: O estiramento do olho causa estresse mecânico na retina e na coroide.

Fatores genéticos: Há uma predisposição genética que contribui para a alta miopia e suas complicações.

Mudanças biomecânicas: O alongamento contínuo do olho resulta em alterações degenerativas nas camadas da retina.

Sintomas:

Visão embaçada: A visão central pode se tornar turva.

Metamorfopsia: Visão distorcida onde as linhas retas parecem onduladas ou tortas.

Escotomas: Manchas escuras ou áreas de perda de visão no campo visual central.

Dificuldade em tarefas detalhadas: Atividades como leitura podem se tornar difíceis.

alta miopia

Diagnóstico:

Exame de fundo de olho: Permite visualizar diretamente a retina e detectar alterações características, como atrofia corioretiniana, manchas de Fuchs e membranas neovasculares.

Tomografia de coerência óptica (OCT): Fornece imagens detalhadas das camadas da retina, ajudando a identificar edema, descolamentos e áreas de atrofia.

Angiografia com fluoresceína: Utilizada para visualizar a circulação sanguínea na retina e detectar neovascularização ou vazamento de fluidos.

Complicações associadas:

Neovascularização subretiniana: Crescimento de novos vasos sanguíneos sob a retina, que podem vazar e causar edema e hemorragia.

Atrofia corioretiniana: Perda das células da retina e da coroide, levando a áreas de afinamento e cicatrização.

Buracos maculares: Pequenas rupturas na mácula que podem agravar a perda de visão.

Tratamento:

Injeções Intraoculares de Anti-VEGF:

   – Utilizadas para tratar a neovascularização subretiniana ao inibir o crescimento de novos vasos sanguíneos.

   – Medicamentos incluem bevacizumabe (Avastin), ranibizumabe (Lucentis) e aflibercepte (Eylea).

Monitoramento Regular:

   – Exames oftalmológicos frequentes para monitorar a progressão da doença e ajustar o tratamento conforme necessário.

A degeneração miópica é uma condição séria que pode levar à perda significativa da visão central se não for tratada adequadamente. No entanto, com diagnóstico precoce e manejo apropriado, é possível minimizar os danos e preservar a visão por mais tempo.

Membrana da Alta Miopia:

A membrana neovascular da alta miopia, também conhecida como membrana neovascular miópica (MNM), é uma complicação séria da alta miopia (miopia patológica).

Essa condição ocorre quando novos vasos sanguíneos anormais crescem sob a retina, especificamente sob a mácula, a área central responsável pela visão detalhada. Esses vasos são frágeis e podem vazar fluido ou sangue, causando edema e cicatrizes, levando a uma perda significativa da visão central.

Causas da Membrana Neovascular Miópica:

Degeneração da retina: O afinamento e o alongamento da retina em olhos míopes aumentam a probabilidade de desenvolvimento de áreas de ruptura ou atrofia, onde novos vasos sanguíneos podem crescer.

Fatores angiogênicos: Substâncias que promovem o crescimento de novos vasos sanguíneos, como o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), podem ser liberadas em resposta a danos na retina.

Sintomas:

Visão embaçada ou distorcida: Objetos podem parecer distorcidos ou ondulados (metamorfopsia).

Manchas escuras no campo de visão: Áreas de perda de visão central (escotomas).

Diminuição súbita da visão central: Pode ocorrer rapidamente se houver hemorragia significativa ou edema.

Diagnóstico:

Exame de fundo de olho: Permite visualizar diretamente a retina e detectar áreas de neovascularização.

Angiografia com fluoresceína: Utilizada para visualizar a circulação sanguínea na retina e identificar vasos anormais.

Tomografia de coerência óptica (OCT): Fornece imagens detalhadas da retina, mostrando edema, fluido subretiniano e a presença de membranas neovasculares.

Tratamento:

1. Injeções Intraoculares de Anti-VEGF:

   – Medicamentos como bevacizumabe (Avastin), ranibizumabe (Lucentis) e aflibercepte (Eylea) são usados para inibir o crescimento de novos vasos sanguíneos e reduzir o edema.

   – Eficácia: Frequentemente melhora a visão e reduz a progressão da neovascularização.

2. Terapia Fotodinâmica (PDT):

   – Envolve a injeção de um agente fotossensibilizante (verteporfina) seguido de exposição da área afetada a uma luz laser para selar os vasos anormais. Menos comum com a disponibilidade de tratamentos anti-VEGF, mas pode ser usado em certos casos.

3. Cirurgia de Vitrectomia:

   – Em casos de hemorragia vítrea significativa ou membranas neovasculares persistentes, a vitrectomia pode ser necessária para remover o sangue e tratar diretamente a área afetada.

Prognóstico:

Variedade de resultados: O prognóstico varia dependendo da extensão e localização da membrana neovascular, bem como da rapidez com que o tratamento é iniciado.

Melhoria com tratamento: Muitos pacientes experimentam melhoria ou estabilização da visão com injeções de anti-VEGF.

Risco de recorrência: Existe o risco de recorrência de neovascularização, exigindo monitoramento contínuo.

Prevenção e monitoramento:

Exames oftalmológicos regulares: Essenciais para detectar alterações precoces na retina em pessoas com alta miopia.

Atenção a sintomas: Procurar atendimento médico imediato ao notar alterações na visão, como distorção ou manchas escuras.

A membrana neovascular miópica é uma complicação grave da alta miopia que pode levar à perda significativa da visão central. No entanto, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, muitos pacientes podem manter ou melhorar sua visão.

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