A coriorretinopatia serosa central (CSC) é uma condição oftalmológica caracterizada pelo acúmulo de líquido abaixo da retina, causando visão borrada ou distorcida (metamorfopsia). É uma das doenças do espectro de paquicoroide, caracterizado por dilatação e aumento da permeabilidade dos vasos da coroide
Quem é o médico que cuida da Central Serosa?
O médico especialista em cuidados com a Coriorretinopatia Central Serosa é o médico oftalmologista. O oftalmologista tem uma formação extensa, incluindo a graduação em medicina, seguida por residência em oftalmologia e, muitas vezes, subespecialização em áreas específicas da oftalmologia.
Quem é o Dr. Vinicius?
O Dr. Vinicius Zangarini é médico oftalmologista pela Santa Casa de São Paulo (SP) e especialista em Retina e Vítreo pela mesma casa. Possui título de especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e de sub-especialista em Retina e Vítreo pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV). Possui ampla experiência para poder atender e tirar qualquer dúvida oftalmológica que você apresente.
Epidemiologia da Serosa central:
- Prevalência: A CSC é mais comum em homens do que em mulheres, com uma razão de aproximadamente 6:1. Geralmente unilateral ou assimétrico. Casos em mulheres é mais incomum, com idade maior que 50 anos, caráter bilateral e propensão a membrana neovascular secundária a doença.
- Idade: Geralmente afeta adultos entre 30 e 50 anos.
- Geografia: A CSC é observada globalmente, mas alguns estudos sugerem uma prevalência ligeiramente maior em certas populações, como asiáticos e hispânicos.
Fisiopatologia:
- Mecanismo: O líquido se acumula sob a retina devido a uma falha no epitélio pigmentar da retina (EPR) em bombear o líquido de volta para a coroide. Esse acúmulo é geralmente causado por vazamento da coroide. A ativação de receptor de mineralocorticoide, resposta inflamatória exacerbada, congestão das veias vorticosas, desregulação da via do complemento e estresse oxidativo também tem relevância no desenvolvimento da doença.
- Papel do Cortisol: Níveis elevados de cortisol ou uso de corticosteroides podem estar associados a alterações na permeabilidade vascular da coroide, contribuindo para o desenvolvimento da CSC.
Fatores de Risco:
- Estresse: Altos níveis de estresse psicológico são frequentemente associados à CSC. Pacientes personalidade tipo A, uso de antipsicóticos e depressão também podem ter relação na origem da doença.
- Corticosteroides: Uso de corticosteroides sistêmicos ou tópicos pode aumentar o risco. Tanto a corticoterapia como cortisol endógeno como gestação ou Síndrome de Cushing.
- Personalidade: Pessoas com personalidade tipo A (competitivas, impacientes, agressivas) podem ter maior risco.
- Distúrbios do Sono: Problemas de sono também são considerados fatores de risco, especialmente a apnéia do sono.
- Outros: Álcool, tabaco e alergia.
Sintomas:
- Visão Borrada: A visão central pode ser afetada, resultando em borrão ou distorção.
- Metamorfopsia: Imagens podem aparecer distorcidas.
- Escotoma Central: Pode haver uma área de visão reduzida ou ausência de visão central.
- Micropsia: Os objetos podem parecer menores do que realmente são.
Prevenção:
- Redução do Estresse: Técnicas de manejo do estresse, como meditação e exercícios, podem ajudar.
- Cautela com Corticosteroides: Evitar o uso prolongado de corticosteroides sem necessidade médica.
Exames complementares:
- Tomografia de Coerência Óptica (OCT): O OCT é um exame não invasivo que utiliza luz para obter imagens detalhadas das camadas da retina. Ele é útil para detectar e monitorar o acúmulo de líquido subretiniano, a espessura da retina e outras alterações estruturais.
- Angiografia com Fluoresceína (AF): A AF envolve a injeção de um corante fluorescente na corrente sanguínea e a captura de imagens da retina conforme o corante circula. Este exame ajuda a identificar vazamentos de fluido nos vasos sanguíneos da retina.
- Angiografia com Verde de Indocianina (ICG): Semelhante à AF, a ICG utiliza um corante diferente que é particularmente útil para visualizar a coróide, a camada de vasos sanguíneos sob a retina. Este exame pode revelar detalhes que não são visíveis com a AF, especialmente em áreas de hiperpigmentação ou lesões subretinianas.
- Fotografia de Fundo de Olho: Este exame consiste em tirar fotos detalhadas da parte interna do olho (fundo de olho). Embora menos específico, pode ajudar a documentar mudanças na retina ao longo do tempo.
- Autofluorescência: Este exame usa a fluorescência natural dos tecidos retinianos para avaliar alterações na retina e no epitélio pigmentar da retina (EPR).
Tratamento:
- Observação: Em muitos casos, a CSC resolve-se espontaneamente em poucos meses (geralmente 3 meses) sem necessidade de tratamento.
- Terapia Fotodinâmica (PDT): Utiliza luz e um agente fotossensibilizador (verteporfina) para selar os vazamentos (mecanismo de oclusãoo vascular)
- Laser de Argônio: Pode ser usado para tratar vazamentos fora da mácula.
- Antagonistas de Receptores de Mineralocorticoides: Medicamentos como espironolactona têm sido usados experimentalmente. Não há comprovação do benefício desses medicamentos até o momento.
Prognóstico:
- Geralmente bom: A maioria dos pacientes recupera a visão quase normal dentro de alguns meses.
- Recorrência: Há risco de recorrência, com alguns pacientes experimentando episódios múltiplos.
- Complicações: Casos crônicos podem levar a danos permanentes na retina e perda de visão central.
A coriorretinopatia serosa central, embora muitas vezes autolimitada, pode impactar significativamente a qualidade de vida, e um manejo adequado dos fatores de risco e intervenções apropriadas são essenciais para otimizar os resultados visuais.